Amar em silêncio também é amar!

Já sentiu algo tão delicado que teve medo de tocar, pra não estragar?

É mais ou menos assim que eu me sinto quando penso em você.
Não é paixão arrebatadora, nem uma obsessão romântica qualquer.
É uma presença suave que foi crescendo aos poucos.
Sem aviso, sem promessas, sem nenhum “e se” declarado.
Só cresceu.

Foi nos detalhes pequenos:
no riso que escapava fácil, nas conversas soltas que preenchiam o caminho até o trabalho,
no jeito como a gente se entendeu sem precisar muito.
Às vezes, só uma troca de olhares já bastava pra tornar o dia mais leve.

E ali, naquele espaço quase invisível entre a amizade e o afeto,
algo floresceu em mim.
Eu percebi.
E, com todo o cuidado do mundo, não deixei transbordar.

Porque o que eu sinto não é barulhento.
Não pede palco, nem cena.
Ele respeita o tempo das coisas, o seu tempo, e o meu também.

Talvez você nem imagine.
Talvez eu nunca diga com todas as letras.
Porque, às vezes, amar é justamente isso:
deixar que o sentimento exista, sem precisar fazer dele um peso.

Eu sei do seu passado recente.
Sei das dores que ainda cicatrizam em silêncio.
E seria injusto, com você e comigo, tentar transformar essa presença boa que construímos em algo que talvez você ainda não possa (ou não queira) viver.

Por isso, respiro fundo.
Guardo com carinho o que sinto.
Não como quem esconde, mas como quem entende.

Amar em silêncio também é amar.
É estar presente com leveza.
É não exigir retorno.
É valorizar o que existe agora, mesmo que não seja tudo o que se deseja.

E, no fundo, talvez isso já seja muito mais do que eu imaginava ter.

Se um dia a vida quiser outros caminhos, ela vai mostrar.
Mas até lá, sigo aqui.
Sem pressa, sem planos escondidos, sem máscaras.
Só com verdade.
E um tipo de amor que não precisa ser vivido em voz alta pra ser real.

Ele vive aqui.
Entre o sentir e o silenciar, também mora amor.
Entre uma risada sua e um cuidado meu.
Entrelinhas. Sempre entrelinhas.

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