Quem somos quando ninguém está olhando?

Vivemos tempos em que o valor do que somos parece estar à mercê da aprovação alheia. O que postamos ou deixamos de postar, o que fazemos ou deixamos de fazer, tudo vira motivo para julgamento. Nas redes sociais, o que é mostrado se confunde com o que é vivido, e o silêncio se torna quase uma ausência de existência.
A comparação constante com a vida do outro, muitas vezes editada, filtrada e estrategicamente planejada, tem nos deixado perplexos. O feed alheio parece sempre mais interessante, mais produtivo, mais feliz. E então nos perguntamos, em silêncio: “O que estou fazendo de errado?”
Rossandro Klinjey costuma dizer que “nós estamos vivendo uma era onde as pessoas estão mais preocupadas em parecer bem do que em estar bem”. A verdade é que não fomos feitos para viver sob exposição contínua. Nosso ser se constrói nas pausas, nos bastidores, nos dias que não cabem em stories.
Mario Sergio Cortella nos lembra que “a vida não precisa ser extraordinária para ser significativa”. Há beleza nos dias comuns, no esforço anônimo, nas conquistas que ninguém vê, mas que sabemos que estão ali, nos sustentando por dentro.
Joel Jota fala sobre a importância de entender o nosso próprio ritmo. Ele diz: “não compare seu bastidor com o palco dos outros”. Essa frase nos convida a voltar os olhos para dentro e perceber que nossas lutas internas são únicas e não devem ser diminuídas porque o outro parece mais “bem resolvido”.
Até Caio Castro, muitas vezes visto apenas como figura pública, já disse que “a gente precisa aprender a se respeitar em silêncio, entender nossos momentos e parar de viver para atender a expectativa de todos”. Um lembrete de que somos humanos, e não personagens.
Então, quem somos quando não estamos online? Quando não estamos sendo vistos, curtidos, comentados? Somos aqueles que enfrentam dúvidas, que tentam de novo, que silenciam para ouvir a si mesmos. Somos falhos, mas também cheios de potencial.
O verdadeiro valor de quem somos está na coerência entre o que sentimos, pensamos e vivemos, mesmo que isso não seja postado.